Janelas podem ter causado mutilações nas crianças vítimas do acidente em Piritiba


O chefe do plantão do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), o médico Juliano Queiroz, afirmou ao Acorda Cidade que as mutilações nas crianças vítimas do acidente com o ônibus que capotou por volta das 8h30 de quinta-feira (12), na BA-241, em um trecho da cidade de Piritiba, região da Chapada Diamantina, podem ter sido provocadas pelas janelas de vidro do ônibus, que funcionaram como uma espécie de guilhotina. Ele ainda disse que devido à tragédia, a equipe médica precisou ser reforçada.

“Nossa especialidade é trauma, então a gente tem uma equipe grande e vieram mais profissionais que estavam de folga para ajudar nessa tragédia. Médicos que já trabalham aqui, profissionais de enfermagem, foram acionados e vieram prestar o apoio. Foi um plantão bastante agitado, mas conseguimos fazer a nossa parte”, ressaltou.

O HGCA recebeu 28 vítimas do acidente. Além do HGCA, também prestaram o atendimento inicial de parte das vítimas da tragédia os hospitais de Piritiba e de Salvador. Cinco pessoas morreram no acidente, que deixou mais 30 pessoas feridas, 20 delas com ferimentos graves.

O ônibus levava 46 pessoas. A excursão, que levava adultos e crianças de várias escolas, saiu da cidade de Itaberaba com direção a Jacobina, onde os passageiros iriam comemorar o Dia das Crianças em um parque aquático. No entanto, a 5km da cidade de Piritiba, o veículo tombou na pista.



De acordo com o médico Juliano Queiroz, chefe do plantão do Hospital Clériston Andrade, das 28 vítimas recebidas ontem, sete foram crianças a partir de 2 anos, que sofreram mutilações nos membros inferiores e superiores. Ele, porém, não soube precisar quantas precisaram amputar os membros.

Das sete crianças, cinco foram encaminhadas para o Hospital Estadual da Criança (HEC) e duas foram para Salvador. Dos adultos que deram entrada na emergência, 9 tiveram alta, um foi transferido para o Hospital Emec, e outros 9 continuam internados, porém não tiveram os estados de saúde divulgados.

“O Clériston foi o local de atendimento inicial de todos os acidentados que vieram para Feira. A gente teve que dividir essa tarefa com o Hospital Estadual da Criança e como a gente tem uma equipe bem maior de cirurgia e ortopedia, o atendimento foi sendo prestado e os pacientes estabilizados”, afirmou o médico.

Vítimas foram identificadas

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), cinco vítimas do trágico acidente já foram necropsiados no Coordenadoria Regional de Polícia Técnica de de Jacobina.

Entre elas foram identificadas Vanessa Diamantino de Almeida, 16 anos, Maria Ruthe Diamantino dos Santos Souza, 48, Margarida Lopes Mascarenhas, 68, e Penélope Pimentel Lopes, 2. Uma vítima do sexo feminino continua com identidade ignorada.

Equipes extras foram deslocadas para a unidade do DPT de Jacobina e Itaberaba para auxiliar os trabalhos. Em todos os casos, o método utilizado para a identificação foi o de necropapiloscopia (via digitais).

Excesso de velocidade

A moradora da cidade de Itaberaba, Edna Freitas, que esteve no Hospital Clériston Andrade para dar apoio às vítimas, informou que a organizadora da excursão, Margarida Lopes Mascarenhas, 68 anos, que também morreu no acidente, já tinha o costume de organizar esses passeios para lugares no Brasil inteiro, e que todos os anos, no Dia das Crianças, essa viagem acontecia.

De acordo com Edna Freitas, o grupo era formado por alunos de escolas da cidade de Itaberaba, dentre elas duas escolas particulares. Ela disse ainda que alguns sobreviventes comentaram que o motorista estava em alta velocidade e como a estrada é muito sinuosa, aconteceu esse acidente.

Fonte: Acorda Cidade

Comentários